Digital Artist
Crítica
Joker: A Dama de Espadas de Priscilla Ferreira
Por Marisa Melo
Existe o que chamamos de “destino”? Nossas trajetórias já estão definidas e não há como evitar tudo que acontece em nossas vidas? Existe acaso? Livre Arbítrio? Se somos marionetes, quem nos comanda? Se somos apenas peças num tabuleiro ou cartas de um baralho celestial, qual o sentido disso tudo? Distrair o tédio de um Universo brincalhão?
Com a obra “Joker”, a artista visual Priscilla Ferreira nos oferece uma composição rica em detalhes e possibilidades. Um fundo negro cria expectativas sobre o que pode estar ali mas não enxergamos. Uma conexão cósmica com galáxias e universos que não distinguimos no céu noturno. Esta intrigante arte digital quebra regras e escapa do convencional. Nos retratos normalmente somos atraídos pelos olhos que nos observam. Não aqui. Uma franja negra que se confunde com o fundo esconde os olhos. Mas a figura feminina não perde seu poder de sedução e atração. Lábios se destacam. E desenvolvem uma cumplicidade cromática que definitivamente estabelecem o clima de mistério. Que começa com o próprio título, porque a imagem dessa Dama de Espadas se chama “Joker”. Que é o nome do Coringa em Inglês, e também pode ser traduzido como “Brincalhão”.
Pode ser que o brincalhão seja o Universo, para quem somos apenas mais uma carta.
Mas pode ser a própria Priscilla, que se diverte a jogar com a interpretação do observador, talvez para nos lembrar que o jogo não é marcado. Que não somos manipulados. Ao contrário, cada um tem pleno comando de sua trajetória. E tudo que acontece, para o bem ou para o mal, é fruto de nossas próprias ações, decisões e pensamentos. Se a Dama pode ser o Coringa, nada impede que todos nós tenhamos a importância dos reis.
Seja de Copas, Paus, Ouros ou Espadas.